A filosofia e psicologia positiva — Parte II

O filósofo
4 min readJun 16, 2023

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A flor é o símbolo da psicologia positiva

Tópicos

  • Introdução
  • A escolha do caminho
  • As intervenções

Introdução

Esse artigo é a continuação de um artigo anterior na qual fiz uma introdução ao que significa a psicologia positiva, como fui a apresentado a ela e o início do processo com um teste de forças de caráter.

Nesse artigo vou falar um pouco sobre a escolha do trabalho e intervenções.

Série

A escolha do Caminho

Depois do teste existe uma sessão de validação onde me foi questionado se o que eu tinha colocado no teste estava coerente com o resultado. Dito isso, fizemos uma análise das principais forças de caráter com ênfase nas forças de assinaturas e nas forças que utilizamos com menos frequência.[nota]* Entender porque o forte é forte e a sua contrapartida é um começo.

Em um determinado momento, a Marta me apresentou sete linhas de trabalho. Explicou cada uma delas (juro que não me lembro das outras!) e pediu que escolhesse uma. Eu escolhi o aumento das potencialidades. Era a mais alinhada com o estoicismo.

A partir dai trabalhamos em todas as outras sessões algo que a psicologia positiva chama de intervenções.

Como um adendo a essa sessão quero dizer que a parte da escolha é uma parte difícil. Embora exista uma explicação para cada uma delas, acreditei ter escolhido a que melhor se encaixasse para a imersão que eu gostaria de fazer. Já possuía um trabalho claro acerca dos meus objetivos e faço um estudo sobre virtudes e forças há pelo menos 15 anos. Não creio que seja simples isso para alguém que esteja começando esse tipo de estudo. Talvez uma análise mais profunda do cotidiano forneça um melhor esclarecimento. Minha dificuldade se deu, principalmente, pela semelhança entre os caminhos e falta de clareza nas linhas de cada um deles. Alguns são muito parecidos. Eu fugi, digo isso sem nenhuma culpa, dos caminhos que se assemelhavam à psicologia tradicional (da qual possuo uma aversão parecida ao intelectualismo descomprometido).

[Nota]

A Marta posteriormente leu o artigo e sugeriu algumas correções com relação a interpretação das forças. Eu tinha escrito fraquezas e ela me disse que a interpretação está relacionada com forças de caráter que utilizamos com menor frequência ou de mais difícil acesso. Obrigado Marta pela correção.

As intervenções

A cada sessão, normalmente, fizemos uma prática chamada de intervenção. Cada intervenção tem o objetivo de esclarecer o uso de uma força de caráter em uma determinada situação. Segundo a Marta, existem mais de 70 intervenções catalogadas para que possam ser utilizada com fins de esclarecimento e consciência.

Como funciona uma intervenção afinal?

A Marta me apresentou um formulário a cada sessão do qual serve de guia para que ela conduza perguntas e esclarecimento a fim de que exista um discernimento claro. Cada intervenção possui perguntas específicas. Não fiz outros tipos de práticas em que não tivesse apenas que responder perguntas. Embora não tenha tido dificuldade em nenhuma sessão para responder nenhuma pergunta (uma eu precisei fazer uma prática posterior para que ficasse clara!), fica claro o objetivo de cada prática: fornecer respostas acerca da manifestação das forças e como reagimos a elas no cotidiano.

A organização e o suporte material do qual a Marta utilizou é fantástico. Muita coisa dentro da psicologia positiva está catalogada de forma muito coerente e com uma análise bem feita. São respostas completas. É natural que exista uma fase de classificação dentro do processo e que nos ajude a ver onde nos encontramos. Isso te dá uma noção de espaço.

Pelo fato de ter escolhido um caminho com fins de aumento de potencialidade eu senti falta de um objetivo. Há determinadas situações onde a mente precisa de uma referência para funcionar melhor. Ao se comparar, sempre será com relação a um referencial. Quando a Marta me perguntou qual foi o impacto que as sessões fizeram na minha vida, tive uma dificuldade enorme em responder por alguns itens:

  • Faço um trabalho sobre virtudes já há um tempo considerável. Sei que isso é difícil de antemão.
  • Eu entendo que as coisas precisam de um tempo para se manifestar. Aliás uso o tempo como indicador de fixação de algumas coisas com práticas reiteradas. Eu simplesmente me sinto incapaz de analisar um resultado que exija uma certa profundidade sem o auxílio do tempo e da reiteração. E como eu não fiz nenhuma prática reiterada, não tenho como referências anteriores medidas de comparação.
  • Meu objetivo principal era conhecer a psicologia positiva e entender se alguma prática se aplica ao estoicismo ou, ainda melhor, se consigo utilizar para melhorar esse entendimento. Marta isso foi cumprido! As aplicações práticas farão parte de outros artigos.
  • 3 meses, que foi o tempo do trabalho, é pouco para mudanças visíveis.

Meu objetivo principal, que era conhecer a psicologia positiva foi cumprido. Fiquei feliz em saber que existe um trabalho onde a possibilidade do desenvolvimento de potencialidades é um objeto de estudo. Vejo muitas aplicações práticas pra isso e sei que num futuro próximo isso surpreenderá as pessoas.

Num contexto geral, o esclarecimento é apenas o início da solução do problema. Há todo um processo que precisa se desenrolar depois disso. Pelo tempo, e também pelo desconhecimento, eu senti falta dessa profundidade e da marcação desse tipo de indicador como medida de progresso. Talvez pelo fato de utilizar como referência o aumento de potencialidades, isso fique mais oculto ao leigo, situação a qual me encontro.

Conclusão

No primeiro artigo eu fiz uma introdução a psicologia positiva. Nesse artigo esclareci como a psicologia positiva trabalha para esclarecer, através das intervenções, a subutilização de uma força de caráter. No próximo artigo iremos trabalhar as forças de caráter, uma a uma, para entender melhor o que elas são.

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